quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quando o mar roubou o sal dos rios, bracejei contra os predadores sem dar conta do encontro das águas. Estuário fértil, onde a vida se procria. 
Qando o sol iludia a noite alongando o dia, contemplava o céu.  Apaixonada, descobria a vida. Equânime é o olhar de quem ama.
Cada quarto de hora, ameaça a meia hora. Ruído infernal que anuncia a morte do tempo. Cadenciado é o som, em cada intervalo da hora.
Entre a minha casa e o mar, existe um caminho de ferro.
O silêncio aparece de madrugada, quando a estação adormece cansada, ou quando os maquinistas fazem greve e as crianças do bairro colam seus corpos nos trilhos como se fossem lagartos.
Uma sirene prolongada, anuncia a desgraça.  Num lamento sombrio a noite escurece o dia.
Da minha janela vejo o mar.  Noite e dia.

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