segunda-feira, 11 de abril de 2011

sabíamos que o teu pai podia chegar, enquanto
eu te mostrava o amor, as calças de domingo e
a palavra nova que li num livro muito grosso.
e tu sonhaste inclinada para a liberdade até
que o silêncio engravidasse e abrisse mãos ao
caminho. sabíamos que os filhos nascem por ali
porque éramos os dois a pensar por debaixo da
tua saia de nuvem. e sonhámos tanto que
construímo-nos, janelámos a casa do sempre,
ainda que soubéssemos que o teu pai podia
chegar e que a vida é um abismo em flor.

1 comentário:

ethel disse...

silenciei o que sabia, enquanto rezavas por dentro de nós. debaixo da saia, entre nós, o teu poema.